sexta-feira, 16 de abril de 2010

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Nem sempre quis que desse certo uns relacionamentos, eram fracos, não me estremeceram, não me penetraram. Outros de tão grandiosos me assustaram, então eu pulava fora do barco, afinal era felicidade em demasia o que aquela outra pessoa me propunha. Sabe, eu não tinha tanta coisa assim para retribuir, meu poço era raso demais para a pessoa mergulhar de cabeça, e na verdade ela era é um poço muito fundo e denso, e eu nunca soube nadar. Alguns foram amenos e doces, me surpreendiam com seus atos de amor platônico, eram surreais, eram os mais perigosos, pois não tinham um laço com o real, foram eles que me deram a loucura de poder sonhar e de acreditar nas coisas mais impossíveis, e esse negócio do improvável era o que mais me atraía. Esses eu queria, alguns levei para casa, cuidei, reguei, abracei para dormir, fiz poemas, tatuagens, fiz lista com nomes de filhos. Mas um dia, quando menos se espera, a realidade toca a campainha e invade os cômodos de um amor idealizado e tudo termina. Esses são os amores que mais doem e os que eu mais me entrego.
Na verdade tem muita gente por aí pensando que amores para existirem, dependem antes de uma estabilidade financeira, bom, pode ser, para alguns sim. Eu prefiro os amores que dependem antes e depois do companheirismo, da cumplicidade, do abraço, do beijo, do querer bem, das mãos dadas. As pessoas têm todo direito de escolher a forma mais sensata de ficarem ricos. Eu prefiro os pequenos milagres, prefiro começar por dentro, pelo gesto de carinho que para mim é indispensável."

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