segunda-feira, 28 de março de 2011

Ficar bem nem sempre deixa outras opções. É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar. É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada. É o nada que você optou para parar de sentir dor. No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se.. Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.

Caio Fernando Abreu
"Só quem arrepia cada centímetro do seu corpo e faz você sentir o sangue bombear num ritmo charmoso, é capaz de estragar o mundo quando parte"

[Somente isso basta hoje.]

sábado, 26 de março de 2011

"(...) incompetente para a vida. Faltava-lhe o jeito de se ajeitar. Só vagamente tomava conhecimento da espécie de ausência que tinha de si mesma. Se fosse criatura que se exprime diria: 'o mundo é fora de mim, eu sou fora do mundo.'"



(A Hora da Estrela - Clarice Lispector)
"Tudo passa, o que queremos e o que não queremos que passe,
a tristeza e o alívio coabitam no espaço desta certeza.
Eu não tenho muitas respostas. O que eu tenho é fé.
A lembrança de que as perguntas mudam. Um modo de acreditar que os tiquinhos de sol possam sorrir o suficiente para desarmar a sisudez nublada de alguns céus.
E uma vontade bonita, toda minha, de crescer.


Ana Jácomo

terça-feira, 1 de março de 2011

Mas a pergunta é "O que que a gente não faz por amor???"
Acho que ainda posso fazer muito.
Mas todas essas loucuras me transformaram e me prepararam para o que ainda vem.
E certamente o que ainda vem não necessita de nada disso.
Nem de noites mal dormidas.
Nem de ansiedade.
Nem de medo.
O amor não tem nada a ver com o medo.
Eu insisto em acreditar que dias melhores virão.
Até porque se eu deixar de acreditar vou perder o que tenho de melhor:
A esperança no coração e o brilho nos olhos.
Custei tanto pra ter isso e agora vou entregar assim de bandeja???
De jeito de nenhum.
Se está difícil eu juro que um dia vou fazer ficar mais fácil.
Perseverar.
Insistir mais um pouco. Um pouco a cada dia.
Eu acordo todo dia e falo: "é hoje".
Mesmo não sendo.
E continuo assim.
Sei que um dia todas essas sementes de amor que plantei vão florescer no meu jardim.
E aí sim eu vou ter certeza que valeu a pena passar por todo esse deserto.
Talvez o que está lá do outro seja o que eu tanto estou querendo ver de perto.
Meus olhos imploram por novas curvas, esquinas, pontes, horizontes.
Se me imponho firmeza pretendo vencer o medo.
E o medo só se vence domando.
Não requer coragem. Coragem é outra coisa.
Medo a gente vence na raça, na prática, na paciência.
Dá rasteira quando ele dá pulo de vitórias.
O medo a gente pega na unha, amarra com corda e despacha pra longe.
Tem que ser mais forte. Por mais que a gente acredite que não tenha forças.
A gente surpreende a gente mesmo!
E isso depois de um tempo chega até ser bonito.
O que não pode é deixar o medo te iludir.
Te vender falsas promesas.
Vou com o mundo. E se ele me quer tenho certeza que eu também quero ele.
Vou de olho bem aberto que é pra não perder nada de vista.
Se eu não fotografar com a máquina, eu fotografo com o coração.
E aí sim eu vou ter o acho de melhor na vida.
Vou ter história pra contar de um "reino que não tem rei".