quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ponto de equilíbrio

Sempre imaginei que não houvesse um ponto de equilíbrio. Pensei que tudo devia ser um extremo, que pras coisas funcionarem, elas precisassem de mais do mesmo. Por exemplo, pensei que fogo só prestava com mais fogo, com gasolina, nitroglicerina, explosões, fogo multiplicado ao infinito. Mas penso que extremos talvez explodam juntos, aumentem as coisas, e no fundo, se acrescentam, se complementam.

Aí eu descobri que existem Estranhos-parecidos. É como um punhado de terra estrangeira que é jogada em outras terras. Continua terra, o mesmo elemento. Mas ainda assim, não exatamente igual. Áries com ascendente em Gêmeos, extremos, fogo e ar. Como Capricórnio e Peixes. A lua assistindo tudo lá de cima. Por um lado transborda, pelo outro contém. É uma loucura controlada, mas ainda sim, loucura.
Aí esses estranho-parecidos se encontraram e a rádio entrou na freqüência, Moraes Moreira foi quem cantou os primeiros versos:

..Escute essa canção
Que é prá tocar no rádio
No rádio do seu coração
Você me sintoniza
E a gente então se liga
Nessa estação...

E há quem pense que o vento apaga uma fogueira. Mas há a brasa, que é o mais importante, continua acesa, como o incenso de patchouli queimando transbordando sua essência, e, quando aquela labareda sobe e queima mais do que devia, sem controle, lá vem o vento leve, livre, solto, o ponto de equilíbrio – fundamental, você.

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