Lembra que o que importa é, tudo que semeares colherás.
Por isso, marca a tua passagem, deixa algo de ti, do teu minuto, da tua hora, do teu dia, da tua vida."
[Mário Quintana]
"Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda."
(Clarice Lispector)
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
É preciso se desapegar, se desprender de certos sentimentos e lembranças que insistem em permanecer na memória e no coração. Hoje me peguei pensando, na minha dormente cicatriz, e em como eu estava tempos atrás... nunca um outono foi tão amargo e escuro. Pensar nisso ainda incomoda; é incrível como algumas coisas deixam marcas, e até parece que foram marcadas à ferro, porque você ainda as sente.
[Caio]
"Eu não vim fazer juras, nem promessas. Estive na sua vida por esse curto período de tempo com a intenção de mostrar a você o quanto nós poderíamos ser felizes... Mas fui condenada antes disso... Lembre-se, amei você todos os dias em que estivemos juntos".
(Vera Waterkemper)
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
"Mas, aprendi, lá nessa outra escola, que o sinal do recreio sempre toca, por mais que aparente demorar a tocar. Enquanto não toca, a gente foca na lição da vez. Dialoga com os fantasmas todos. Interage com a própria alma. Procura retomar o fôlego. Cuida, como pode, do coração. E aguarda. O sinal tocará. De novo."
(Ana Jácomo)
"Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo"
[C.F.A]
" Somos inocentes em pensar, que sentimentos são coisas passíveis de serem controladas. Eles simplesmente vêm e vão, não batem na porta, não pedem licença. Invadem, machucam, alegram (...)
[C.F.A]
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
'Hoje amanheci tão bem! Como se durante a noite tivesse vindo uma fada, uma dessas fadas das histórias antigas, fadinha boa com sua varinha de condão, não sofra mais querida, disse tocando com a varinha a minha cabeça, não sofra mais, ficou repetindo, e nessa hora acordei e me senti diferente.'
'Para perder menos tempo com joguinhos. Para vencer o medo. Para dizer o que tiver que ser dito, mas não em outro idioma. Por favor. Chega de tanto tentar salvar nossa pele. Já sabemos, ela alcançará seu fim. Salvemos nossa alma da ruína, desse excesso de gestos comedidos, do medo, da solidão. Porque fugir é instintivo, e é biologicamente tão mais fácil e provável. Ficar é escolha.Que haja amor e menos covardia nas nossas escolhas... Senhor, escutai as nossas preces. Amém.'
"Agora me tornarei uma pessoa daquelas que se cuidam para não se envolver. Já tenho um passado, tenho tanta história. Meu coração está ardido de meias-solas. Sei um pouco das coisas? Acho que sim. Tive tanta taquicardia hoje. Estou por aí, agora..."
[Caio Fernando de Abreu]
sábado, 16 de janeiro de 2010
"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.''
Ah, Caio...
"Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto."
[Martha Medeiros]
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
'...E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.'
'' Eu, hoje, faço muito tempo. Sou lembrança. Um tom sépia, um cheiro de história contada por alguém numa cadeira de balanço, enquanto um e outro olhar atento tenta decifrar as memórias do que é antiguidade. Talvez meu lado de dentro seja um relicário. Talvez alguém, um dia, diga que meus lábios sempre sopraram beijos. Meu coração só registra carinhos, e nunca dorme.
Há algum tempo caminho por aí sem relógios. Meu amor é conjugado no infinito. Minhas orações já não se subordinam. E nessas noites sem sentido, como a de hoje, eu só sei observar. Viro plateia de mim mesma. Vejo várias de mim, e me perco naquela que não sou. Se tocasse um samba, eu sorriria e cairia na roda, levantando o copo e sendo um sorriso. São coisas internas. Minhas maneiras de fazer folia. Eu ardo, e solto poesia com meus passos tortos. Fico invisível com um fechar de olhos. Em silêncio. Num sussurro. . . . Não sei o que esperar. Espero tudo. Quero tudo. E vou. De mãos dadas com o que sinto, nunca soube me economizar. Vai ver, assim, eu acabe sendo possível.
Minha caneta é sempreazul.''
[Jaya]
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
"Se é que a minha opinião importa, nunca é tarde demais para ser quem você quer ser. Não há limite de tempo.Comece quando quiser. Mude ou continue sendo a mesma pessoa. Não há regras para isso. Pode tirar o máximo proveito ou o mínimo. Espero que tire o máximo. Espero que veja coisas surpreendentes. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com um ponto de vista diferente. Espero que tenha uma vida da qual se orgulhe. E se não se orgulhar dela, espero que encontre forças para começar tudo de novo"
(Trecho do filme: Curioso caso de Benjamin Button)
"Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho". [...] Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Sempre imaginei que não houvesse um ponto de equilíbrio. Pensei que tudo devia ser um extremo, que pras coisas funcionarem, elas precisassem de mais do mesmo. Por exemplo, pensei que fogo só prestava com mais fogo, com gasolina, nitroglicerina, explosões, fogo multiplicado ao infinito. Mas penso que extremos talvez explodam juntos, aumentem as coisas, e no fundo, se acrescentam, se complementam.
Aí eu descobri que existem Estranhos-parecidos. É como um punhado de terra estrangeira que é jogada em outras terras. Continua terra, o mesmo elemento. Mas ainda assim, não exatamente igual. Áries com ascendente em Gêmeos, extremos, fogo e ar. Como Capricórnio e Peixes. A lua assistindo tudo lá de cima. Por um lado transborda, pelo outro contém. É uma loucura controlada, mas ainda sim, loucura. Aí esses estranho-parecidos se encontraram e a rádio entrou na freqüência, Moraes Moreira foi quem cantou os primeiros versos:
..Escute essa canção Que é prá tocar no rádio No rádio do seu coração Você me sintoniza E a gente então se liga Nessa estação...
E há quem pense que o vento apaga uma fogueira. Mas há a brasa, que é o mais importante, continua acesa, como o incenso de patchouli queimando transbordando sua essência, e, quando aquela labareda sobe e queima mais do que devia, sem controle, lá vem o vento leve, livre, solto, o ponto de equilíbrio – fundamental, você.
Sim, a tecnologia é mesmo fantástica, só que hoje eu queria sumir com você para um lugar onde não pegasse o celular,não pegasse a internet, não pegasse a televisão, mas que a gente, em compensação, se pegasse muito.
Tati Bernardi
(ai ai ai...)
“Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. (…) então eu não sentia nada, podia fazer as coisas mais audaciosas sem sentir nada, bastava estar atenta como estes gerânios, você acha que um gerânio sente alguma coisa? quero dizer, um gerânio está sempre tão ocupado em ser um gerânio e deve ter tanta certeza de ser um gerânio que não lhe sobra tempo para nenhuma outra dúvida…”
do Caio, claro!
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
"Preciso tanto dizer-te agora as coisas que guardo comigo. Tanta coisa reprimida, talvez coisas pesadas, palavras que não agüento em mim, que não consigo carregar – que não quero mais carregar.
Não quero que penses que sou fraco, que não me agüento comigo e com essas palavras ditas num domingo sem luz. Não tem nada a ver com agüentar, com conseguir. É coisa de querer mesmo. Eu não queria mais me ver sozinho agüentando todo o peso, não queria te por em risco. Porque hora ou outra ia ceder, tu sabe que ia ceder. E não quero que me digam agora que fui fraco, que eu devia ter tentando. Não fico mais pra ver o fim do show, não espero mais o último pilar ceder pra ver toda a estrutura cair. Inclusive acho essa atitude que tomo agora de abrir mão do peso, de conseguir se soltar sem se preocupar, mais difícil do que a atitude antiga de me prender a tudo com facilidade imensa.
É difícil deixar pra trás.
É difícil mesmo não olhar pra trás, partir inteiro
Mas é que Chovia constantemente naqueles dias, a chuva e o vento tentavam incessantemente levar embora uma sujeira que vinha se impregnando há tempos na rua, nas paredes, nos telhados, na minha epiderme, naquela cidade que ia se apagando a cada dia diante dos meus olhos e que ia se enchendo de cinzas, cinzeiro transbordando de nada, do mais puro nada, em vão, como aquela vida que vinha vivendo, vida cinza. Aí eu acordei e pensei que talvez não devesse ser assim, realmente não devia ser assim.
Não quero mais o vazio das vidas cinzas e nulas, quero antes as c(d)ores e a alegria de uma poesia sem rima." [André Luiz]
Na vida, eu aprendi uma coisa fundamental: O passado, é passado. Que a gente não deve relembrar, digo no sentido das coisas ruins. Essas, ficam pra trás. Amores que se foram, momentos tão ruins, fases negras. E guardar mágoa no coração, é besteira.
Que se queime em nós, o passado ruim. As cinzas? Ahhh..a gente joga no mar. A onda leva, a vida leva...
Se eu pudesse escolher um verbo hoje, eu escolheria perdoar. Assim, conjugado na primeira pessoa, com objeto direto e ponto final: eu me perdôo. Não, eu não te perdôo porque não tenho porque te perdoar. Tenho que perdoar a mim. A mim, que me ferrei. Me iludi. Me fodi. Me refiz. Me encantei. A culpa é minha. Minhas e das minhas expectativas. Minha e das minhas lamentáveis escolhas. Minha e do meu coração lerdo. Minha e da minha imaginação pra lá de maluca. Então, com sua licença, deixe eu e minha culpa em paz. Eu e meu delicioso perdão por mim mesma. Eu só te peço uma coisa. Pare de culpar a vida. Pare de ter pena de você. Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se mate. Mas se perdoe. Pelo amor de Deus, se perdoe.
(Somos todos culpados, se quisermos. Somos todos felizes, se deixarmos.)
Fernanda Mello.
Pra ser "FELIZ" a gente não precisa sair do lugar.. A gente tem que ser "O LUGAR"