sábado, 14 de agosto de 2010


Que eu saiba as minhas asas, ainda que com medo.
Que, ainda que com medo, eu avance.
Que eu não me encabule jamais por sentir ternura.
Que eu me enamore com a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua caixa de lápis de cor.
Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus que mora nas pessoas.
Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.
Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos admirados de quem se encanta pela primeira vez.
Que, diante de cada beleza, o meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no olhar anterior.
Que eu me conceda a benção de ter olhos que não se fechem ao espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia.
Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.
Ana Jácomo

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